A página está carregando... :)

Cancelar carregamento :(

Especialistas apontam que narrativas audiovisuais podem ser aliadas para fortalecimento da educação ambiental

25 julho, 2025 Camila Carvalho Comments Off

Festivais de cinema e produções audiovisuais podem ser a ponte entre comunidade científica e sociedade para fortalecer a educação ambiental

A primeira mesa redonda do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, realizada na terça-feira (22),  trouxe à tona que as narrativas audiovisuais podem ser aliadas para o fortalecimento da educação ambiental, além de ser a ponte entre a comunidade científica e a sociedade. 

O assunto foi discutido na mesa redonda “Cinema e educação ambiental: narrativas audiovisuais para enfrentar a crise climática nos países lusófonos”, como parte da programação do Congresso realizado pela RedeLuso, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, na Fundação Matias Machline, e que segue até a próxima sexta-feira (25).

O especialista em cinema ambiental e fundador do Cine Eco, Mário Branquinho, falou da importância da arte para uma mudança de paradigmas da sociedade utilizando o cinema enquanto recurso educativo, abrindo portas de reflexão e sentidos. 

“Os festivais de cinema constituem um universo à parte.  Constituem um ponto de encontro entre o cineasta e o público, um ambiente de conversação e diálogo. Nesse quadro, a educação ambiental é um serviço público que emerge para conquistar o público, formar consciência. De uma maneira geral, os festivais programam abundantemente conhecimento às escolas. Essa é uma fórmula mágica de chegar às crianças”, disse. 

Ele apresentou o curta metragem “Um dia normal” que retrata de forma simples e didática sobre poluição, desperdício de água e geração de lixo, e explicou como o Plano Nacional de Cinema, em Portugal, tem alcançado os jovens.

“Além da divulgação cinematográfica, o cinema ambiental tem sido um instrumento para as escolas com uma interação mais dinâmica e motivadora. É possível tornar um filme ambiental em um projeto artístico e tirar a ideia do filme “eco chato”. Podemos contar uma história, apresentar um problema, uma solução, para não ser desmotivador”, afirmou Mário Branquinho. 

A curadora cultural da Mostra Ecofalante de Cinema – maior mostra da América Latina -, pesquisadora e doutora em multimeios pela Unicamp, Liciane Timóteo Mamede, ressaltou que os festivais de cinema podem ter um papel expressivo para dar visibilidade à educação ambiental.

“Os festivais de Cinema se inserem desempenhando o papel de dar visibilidade a uma produção que não tem espaço no cinema comercial. É um espaço de celebração do cinema como forma de expressão artística, mas também somos um festival socioambiental”.

Para exemplificar a produção de conteúdo audiovisual voltado à educação ambiental, ela apresentou o filme “A menina e a árvore” , que retrata a destruição de um ambiente natural a partir da crise climática e da degradação ambiental.

Retrospecto histórico

Durante a mesa redonda, a fotógrafa e documentarista amazônica, Juliana Pesqueira, fez um retrospecto histórico sobre a produção audiovisual de conteúdo que retrata o bioma amazônico.

“O processo de ir para comunidades, fazer a documentação é um processo de empoderamento do nosso território. O audiovisual tem essa potencialidade de criar memórias e, também, educar”, disse a documentarista. 

Chegar até as comunidades e apresentar narrativas audiovisuais ainda é uma atividade complexa e dispendiosa, mas, em Cabo Verde já é uma realidade.

O investigador de culturas tradicionais e fundador da Fundação Servir Cinema em Cabo Verde, Julio Tavares, contou que desenvolveu pelo menos três projetos para levar o cinema às comunidades: “Filme nas mãos”, “Cabo Verde Itinerante” e “Cinema nas creches”.

“Em Cabo Verde o cinema ainda é jovem. No “Filme nas mãos” fazemos a gravação de filmes com celulares, ensinando as pessoas a produzirem seus próprios filmes com seus próprios olhares. Atualmente, temos mais de 1 milhão de pessoas que saíram dessa formação”, contou. 

O Projeto Cabo Verde itinerante é realizado para levar filmes às comunidades já que não há salas de cinema no local. “A arte cinematográfica possui uma capacidade de difusão entre os indícios capaz de criar empatia, assim como despertar questionamentos. É um momento de lazer, aprendizagem e a transmissão de valores”, relatou.  

 Já no projeto “Cinema nas creches”, as crianças são recebidas duas vezes por semana para verem vídeos. 

“O cinema, através das diversas linguagens, pode desempenhar um papel crucial de conscientização e ação, mostrando os impactos da crise climática e a importância da ação coletiva. O cinema pode desmistificar o tema, mostrando que as mudanças climáticas  não são problemas apenas ambientais, mas sim sociais e políticos”, disse o  investigador de culturas tradicionais, Julio Tavares.

Programação

Integrado à agenda preparatória da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa tem como tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”

A programação conta com painéis temáticos, oficinas, minicursos, conferências, sessões de apresentação de trabalhos científicos, pôsteres e materiais audiovisuais, visitas a comunidades locais, além do lançamento de livros e atividades culturais que valorizam a sociobiodiversidade amazônica. 

Toda a programação está articulada em cinco temáticos eixos que irão compor a Carta de Manaus, documento político-pedagógico que será construído durante o congresso. Os eixos abordam desde os compromissos internacionais com as políticas públicas de educação ambiental até o papel das comunidades tradicionais e da justiça climática global e local. 

Nesta terça-feira, a programação encerrou com a “Troca de Sabores e Saberes”, no Centro Cultural Povos da Amazônia, que é uma atividade que reuniu alimentos e expressões culturais dos países e comunidades da lusofonia. 

As atividades do Congresso seguem até sexta-feira (25) com a presença de 1,6 mil pessoas inscritas.

O evento é organizado pela RedeLuso, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Ministério da Educação, Governo do Estado do Amazonas, Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar do Amazonas, Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas e Fundação Matias Machline.

 Programação completaSite (https://www.ealusofono.org/programacao) ou documento (https://bit.ly/3Gzh3Hp)

Assessoria de Imprensa

📍 Sala de imprensa no local do evento
📞 Hendryo André | 41 99700-7652
📧 hendryoandre@gmail.com 
📸 Materiais de apoio: https://bit.ly/4nCBPXs 
📎 Kit de identidade visual: https://bit.ly/3GfbsWR 
🌐 https://www.ealusofono.org